Redator: George Brito (DRT-BA 2927)

José Pazos Juncal foi preso em Salvador, durante busca e apreensão realizada em sua residência, onde foram encontradas pequena quantidade de maconha e arma sem o devido registro de porte. Ele é pai de Hugo Coelho Juncal, considerado o líder da organização criminosa, que se encontra foragido, com mandado de prisão preventiva em aberto. Segundo o promotor de Justiça Hugo Casciano, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e aos Crimes contra a Ordem Tributária e Econômica (Gaesf), há informações de que Juncal estaria fora do País, na Espanha. Casciano informou que as autoridades, inclusive a Interpol, já foram alertadas da situação.

O promotor de Justiça explicou que o esquema envolveu, além de crime de sonegação fiscal, prática de lavagem de dinheiro. “Durante a investigação detectamos a aquisição de inúmeros bens, inclusive imóveis de luxo”, disse. Conforme Casciano, a investigação teve início a partir de relatório de inteligência produzido pela Inspetoria de Investigação e Pesquisa Fazendária (Infip) da Sefaz, com informações de que “um grupo empresarial estava criando várias empresas para sonegar impostos, criadas em nome de laranjas, e quando os débitos tributárias se alargavam, em número de milhões, essas empresas eram declaradas inaptas e outras eram criadas no mesmo ramo empresarial, com novos CNPJ e quadro societário, para enganar o fisco”. Foram identificadas pelo menos seis empresas e quatro laranjas, cujos nomes foram utilizados à revelia deles nos quadros societários. Entre as empresas estão a HJ Distribuidora e a Pier Marin Distribuidora.
A operação decorre também do trabalho do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), que reúne o MP estadual, a Sefaz, Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA). No órgão colegiado, são delineadas ações e diretrizes nas esferas cível e criminal para definição e execução de operações e outras atividades de recuperação de créditos. Na força-tarefa da ‘Pé de Coelho’, atuaram o MP estadual, por meio do Gaesf, a Sefaz, por meio da Infip e a Polícia Civil, por meio do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco). Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Comarca de Salvador.
Fotos: Rodrigo Tagliaro / Rodtag Fotografias
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